O advogado Sérgio Roberto Alonso, do escritório Riedel de Figueiredo Advogados Associados, concedeu, na ultima semana, entrevista exclusiva à revista Quem sobre o acidente aéreo que vitimou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas.
Na ocasião, o especialista em Direito Aeronáutico e representante jurídico de Vitória Medeiros, filha do comandante Geraldo Martins de Medeiros Júnior, classificou como ‘Absurda e precipitada’ a conclusão do inquérito policial sobre a queda do avião, que apontou culpa dos pilotos pelo acidente.
Confira, na integra: https://revistaquem.globo.com/noticias/noticia/2023/10/familia-do-piloto-de-marilia-mendonca-reage-a-investigacao-de-queda-de-aviao-absurda-e-precipitada.ghtml
Família do piloto de Marília Mendonça reage à investigação de queda de avião: ‘Absurda e precipitada’
Advogado da família do condutor da aeronave classifica como ‘injuriosas’ as conclusões da Polícia Civil de Minas Gerais, que atribuiu a queda do avião aos pilotos, que estavam entre as vítimas
Sérgio Alonso, advogado de Vitória Medeiros, filha de Geraldo Medeiros, piloto do avião em que estava Marília Mendonça, classifica como “absurdas”, “precipitadas” e “injuriosas” as conclusões da Polícia Civil de Minas Gerais, que responsabilizou os pilotos pelo acidente aéreo que matou a cantora e outras quatro pessoas, em novembro de 2021, em Caratinga, no interior de Minas Gerais. O profissional ainda contou que a família tem vivido um “segundo luto” e Vitória tem sido vítima de cyberbullying pelos fãs da artista.
“Os culpados do acidente não foram os pilotos. O inquérito é absolutamente fora da realidade da dinâmica do acidente, fora das provas, precipitado, injurioso e feito por pessoas que não entendem nada de aviação”, opina o advogado em conversa com a Quem.
Segundo o advogado, o acidente aconteceu pela falta de sinalização da rede, pela ausência de carta de aproximação visual e também pelo fato de a rede estar implantada na altitude do tráfego padrão, de 1 mil pés.
“O aeródromo é cheio de obstáculos e não existia uma carta de aproximação visual, denominada VAC, que foi feita pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Descea) só depois do acidente. Se os pilotos tivessem essa carta, eles teriam os detalhes do entorno do aeroporto. O Descea aumentou 350 pés o tráfego de Caratinga. Hoje não se pousa mais no tráfego de 1mil pés, mas de 1350 mil pés, já que a altitude do tráfego padrão era a mesma da linha de transmissão”, explica.
O advogado responsabiliza a Cemig, que é a companhia de energia de Minas Gerais, pelo acidente. Isso porque avião se chocou com um cabo de alta tensão da empresa e caiu. No entanto, só em 1° de setembro de 2023, a Cemig, seguindo uma recomendação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), sinalizou a linha.
“Se tudo isso tivesse sido feito anteriormente, não teria ocorrido o acidente. Os delegados de Caratinga, não sei por que, falam que a Cemig não tem culpa nenhuma, que o culpado é o piloto que não viu uma linha invisível. É um segundo luto para a família, uma desonra para o comandante, uma covardia o que eles fizeram. Essa conclusão é absurda, baseada em achismos”, afirma.
“Na época do acidente, a Vitória sofreu cyberbullying por parte dos fãs da Marília e agora está sofrendo novamente após as conclusões da polícia de MG, que imputou um homicídio culposo [quando não há intenção de matar] triplamente qualificado ao pai dela e ao copiloto”, conta.
Irmão de Marília Mendonça comenta resultado das investigações
A reportagem da Quem também procurou o advogado da família de Marília Mendonça para comentar o resultado das investigações, mas até o momento ele não retornou o contato. No entanto, João Gustavo, irmão da cantora, se mostrou insatisfeito com as conclusões do inquérito policial.
“Faltou transparência. Para a família continua a dúvida. Achamos que para eles foi cômodo culpar os pilotos e isentar a companhia energética de Minas Gerais. Eles mesmo se culparam sinalizando os fios de alta tensão após o acidente. Isso é um fato, e contra fatos não há argumentos”, disse o rapaz, nesta quinta-feira (5), ao colunista Lucas Pasin, do Splash.
“Assim que o inquérito for entregue ao poder judiciário, iremos acompanhar e indagar certas questões que ainda não foram respondidas. Minha mãe, assim como eu, espera respostas claras e objetivas. Acreditamos que a justiça ainda não foi feita e o caso não foi solucionado”, acrescentou João.
No dia 5 de novembro de 2021, a aeronave que transportava a equipe de Marília Mendonça caiu em Piedade de Caratinga. O avião estava em situação regular e tinha autorização para fazer táxi aéreo. A aeronave decolou do Aeródromo Santa Genoveva, em Goiânia (GO), às 16h02min. O grupo voava em direção à cidade de Caratinga, onde a artista faria um show naquela noite.
Fonte: Quem
Foto: Piloto Geraldo Medeiros Jr. e a filha mais velha, Vitória Medeiros — Foto: Reprodução/Instagram
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