O presidente da Petrobras, Pedro Parente, destacou que disputas judiciais podem ter impacto no caixa da empresa. Entre as disputas, ele ressaltou as trabalhistas e os processo nos Estados Unidos como dois principais casos que podem comprometer o sucesso do plano de negócios da companhia, anunciado nesta terça-feira, 20.
Ao apresentar o plano para o período de 2017 a 2021, Parente destacou ainda que a Petrobras continuará sendo uma empresa de energia, ou seja, com atuação em toda a cadeia do petróleo, porém, com foco na exploração e produção de petróleo e gás natural.
“Temos que estar abertos à sociedade, a todas as questões que a sociedade mostra percepção maior. Somos empresa que gera valor e com capacidade técnica reconhecida mundialmente em meio ambiente”, afirmou Parente.
Ele iniciou sua fala destacando o cenário adverso da indústria do petróleo e a competição do shale gas no mercado internacional. “Nos últimos anos, houve aumento de oferta com o shale gas. Todas as empresas do mundo se adaptam ao novo cenário”, afirmou.
Parente veio acompanhado de toda diretoria da Petrobras, apresentando o plano de investimento de US$ 74,1 bilhões para os próximos cinco anos, divulgado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por volta das 8 horas desta terça.
Ganho de custo qualitativo
O diretor de Estratégia da Petrobras, Nelson Silva, ressaltou que o plano de negócios da companhia está integrada ao estratégico. Um destaque do plano será o orçamento base zero, para obter ganhos de custo qualitativos com foco no resultado. “Olhamos os processos como se fosse a primeira vez e tentamos melhorá-lo. Partimos do princípio de que temos que desenhar o processo como se ele não estivesse ali”, afirmou.
Ele destacou ainda o foco na meritocracia dentro da empresa. “Os quatro pilares de geração de valor são os preços competitivos, eficiência do investimento e do Opex e as parcerias”, disse.
Parcerias
A Petrobras espera que as parcerias com novos sócios em seus ativos possa render até US$ 40 bilhões em investimentos na cadeia nos próximos dez anos. Segundo Nelson Silva, os recursos não poderiam ser aportados pela própria estatal devido a sua restrição financeira. “As parcerias permitem uma desoneração de investimento para a companhia e podem garantir aumento da capacidade de investimento da cadeia”, explicou.
Ele também destacou a possibilidade de ganhos com o compartilhamento de risco com os novos sócios e a transferência de tecnologia. “Temos isso no pré-sal e queremos estender para outras áreas da companhia, junto com o fortalecimento da governança”, completou.
Silva também classificou como “conservadora” a projeção para as cotações internacionais de óleo e também do câmbio. Segundo ele, a companhia trabalha com três cenários, entre mais ou menos conservadores, e opta pelo equilíbrio.
“Nosso cenário se aproxima mais do limite inferior da faixa, o que garante robustez para o plano. Significa que trabalhamos com visão mais conservadora que o mercado em termos de óleo e cambio”, indicou.
No plano, a Petrobras projeta uma cotação de óleo brent em alta nos próximos cinco anos, chegando à faixa de US$ 71 em 2021. Já para o câmbio, a companhia aposta em cotações na faixa de R$ 3,78.
Fonte: IstoÉ Dinheiro