Em audiência com o Ministério do Trabalho nessa quinta (26/4), representante nacional dos trabalhadores cobrou a contrapartida social da dona das marcas Sadia e Perdigão
Em atendimento à solicitação emergencial da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA), o Ministério do Trabalho recebeu nessa quinta (26/4) lideranças sindicais para discutir a preocupação da categoria profissional quanto às concessões de férias coletivas na BRF. Uma reunião entre a CNTA e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) deverá ser convocada pela Secretaria de Relações do Trabalho nos próximos dias com o objetivo de tratar das consequências dos embargos das exportações de frango para a União Europeia (UE), envolvendo 12 frigoríficos da BRF e outras oito empresas.
Tendo em vista o alto investimento público dispensado às empresas via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e incentivos fiscais federais e municipais, a CNTA cobrou do órgão um posicionamento mais firme do governo sobre o compromisso social da empresa junto aos trabalhadores. No dia 6 de março, antes mesmo dos embargos da UE, a entidade protocolou um ofício no ministério solicitando uma audiência em caráter emergencial.
Na ocasião, o presidente da CNTA, Artur Bueno de Camargo, falou da insegurança e clima de tensão gerado entre os trabalhadores e propôs a criação de uma comissão tripartite permanente para buscar soluções conjuntas e prevenir novos prejuízos. Segundo a confederação, cerca de 7 mil trabalhadores estão sob férias coletivas atualmente na BRF.
“Será que estes trabalhadores continuarão empregados quando voltarem destas férias?”, questiona. “Entendemos que deve haver uma cobrança maior do governo quanto à contrapartida social das empresas, até porque todo este problema não foi causado pelos trabalhadores e, sim, pela má gestão destas”.
O ministro do Trabalho Helton Yomura afirmou que a situação da BRF deverá ser observada do ponto de vista macroeconômico e designou a Secretaria de Relações do Trabalho para reunir representantes patronais e profissionais.
Juntamente com a União Internacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (UITA), a CNTA também expôs sua preocupação sobre os reflexos do embargo das exportações para a UE, que deverá impactar não só a queda do preço do frango e o aumento do consumo interno, mas prejuízos a diversos outros setores econômicos. “Este não é só um problema entre os sindicatos e as empresas, mas, sim, um problema de Estado.”, afirma Gerardo Iglesias, secretário-geral da Regional Latinoamericana da UITA.
A assessora jurídica da CNTA, Rita de Cássia Vivas, adverte que a concessão de férias coletivas na BRF pode sinalizar futuras demissões.
“Há municípios onde as unidades da BRF representam a atividade preponderante da localidade, de modo que o fechamento das unidades frigoríficas afetará não só a economia local, mas de toda região, refletindo, por certo, nos demais setores da economia.”.
Além da CNTA, participaram da audiência a Secretaria de Relações do Trabalho do MTE, a Superintendência Regional do Trabalho no Estado de Santa Catarina, a Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação da CUT, federações e sindicatos de trabalhadores das principais localidades do País.
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