O acidente aéreo que vitimou a cantora Marília Mendonça, 26 anos, e mais quatro pessoas em novembro do ano passado completa um ano neste sábado (5/11). Desde então, as autoridades competentes investigam o que fez com que a aeronave de matrícula PT-ONJ caísse e como evitar que outros acidentes semelhantes aconteçam, a exemplo ao que ocorreu em Caratinga, município no interior de Minas Gerais (MG).
O relatório preliminar disponibilizado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) diz que as investigações estão em fase final e que a aeronave, durante fase de aproximação para o pouso, colidiu contra uma linha de distribuição de energia da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Um cabo chegou a ser encontrado em uma das hélices do avião. Mas uma perícia particular contratada pela família aponta que a torre onde a aeronave bateu estava sem sinalização.
Sem respostas, a brasiliense Vitória Medeiros @vitoriadiasmedeiros, filha de Geraldo Martins de Medeiros Júnior, 56, piloto que conduzia o avião com a cantora, processou a Cemig, responsável pela torre de transmissão que teve cabo atingido pela aeronave. Paralelo à investigação original, os parentes do comandante do avião realizaram perícia particular para desvendar os motivos do desastre.
Ilustração mostra com detalhes o posicionamento da linha de distribuição. Veja:
Sérgio Alonso, advogado da família, é especializado em direito aeronáutico e já atuou em outras causas de acidentes aéreos. Para a defesa, a tragédia foi causada pela falta de sinalização da torre de energia
“Fizemos uma perícia circunstanciada ao qual se demonstra que realmente essa torre, independentemente de estar ou não em uma zona de proteção, só por ter sido implantada sem sinalização, a empresa é objetivamente responsável”, alegou o advogado.
Segundo Alonso, a perícia atestou que o equipamento estava a 150 metros acima da pista e exatamente na zona de transição onde a aeronave fez curva para a reta final e pouso. “O comandante Medeiros estava na altura certa. A perícia particular demorou para ser concluída e veio para comprovar o que já imaginávamos”.
Por esse motivo, Vitória pediu indenização por danos morais à Cemig. “A minha cliente sofreu muito cyberbullying durante esse último ano. Pela narrativa que foi dada pela Cemig, o pai dela teria sido o culpado pelo acidente. Eles disseram que o piloto estava abaixo dos níveis permitidos de altura. Tentaram jogar toda a culpa para cima dele e os familiares sofreram as consequências. O que esperamos agora, é que a Justiça estipule o verdadeiro culpado que não sinalizou a rede. Outro objetivo da ação é que isso sirva para melhorar esse tipo de sinalização para que outras vítimas não entrem nessa armadilha”, afirmou a defesa.
Fonte: Metrópoles
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