O presidente Michel Temer afirmou, nesta quinta-feira, que “é compatível” falar em readequação da legislação trabalhista por conta das atuais mudanças nas relações de trabalho.
— A reversão do quadro de desemprego exige a união de toda a sociedade — disse, durante seminário comemorativo dos 75 anos da Justiça do Trabalho e 70 anos do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Sem citar o nome da ex-presidente Dilma Rousseff, Temer deu como exemplo o Plano de Proteção ao Emprego (PPE), que previa um acordo para redução salarial com objetivo de preservar empregos de alguns setores.
— O governo anterior editou MP “muito adequada” de descontar 30% do salário para manter o emprego — disse.
Temer, que pretende elaborar uma proposta de reforma trabalhista no ano que vem, disse que os desafios “que temos pela frente são enormes, mas o Brasil tem força de escrever seu futuro”.
— Não há obstáculo que não podemos transpor — afirmou.
O presidente repetiu que um pressuposto da Constituição “é a dignidade da pessoa humana” e “nada mais indigno do que o desemprego”.
— Temos um norte claro: a reconstrução nacional, diálogo e pacificação do país — afirmou.
— Em meio às grandes reformas perseguimos meta fundamental que se resume a uma palavra: emprego — completou.
Ao elogiar o trabalho do Tribunal Superior do Trabalho, o presidente disse que o órgão “deve ocupar lugar de relevo na estrutura do Estado” e destacou que algumas jurisprudências da Justiça do Trabalho têm feito com que os tribunais se adaptem às novas relações de trabalho.
Temer quer que a reforma trabalhista seja a terceira bandeira de seu governo. Antes de discutir o tema de fato, o presidente ainda quer concluir a votação da PEC que limita os gastos públicos, que está no Senado. Além disso, Temer prometeu enviar ainda este ano a reforma da previdência ao Congresso. As discussões em torno da matéria previdenciária, entretanto, devem acontecer apenas no ano que vem. Prevendo dificuldades em torno das mudanças, a expectativa de interlocutores do presidente é que a reforma trabalhista comece a ser discutida apenas no segundo semestre de 2017.
O presidente foi condecorado na cerimônia com o Grão Colar da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho. A condecoração é destinada a personalidades que tenham se distinguido no exercício de suas profissões e se constituído em exemplo para a coletividade.
Fonte: Zero Hora
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