O gás de botijão pode ficar mais caro para os consumidores. A Petrobras decidiu cobrar das distribuidoras alguns custos que ela própria costumava pagar.
Frango de panela, pudim no vapor. Dona Maria José já foi cozinheira de forno e fogão. Hoje é só de fogão. Mudou para economizar gás. Ela paga R$ 65 o botijão de 13 quilos.
“Antes eu usava dois botijões porque fazia muito assado. Hoje eu procuro cozinhar em cima do fogão e estou usando só um botijão de gás”, conta.
O gás de cozinha chega na imensa maioria das casas de botijão: 195 milhões de brasileiros compram e consomem gás assim.
A partir de agora, o gás de cozinha pode ficar mais caro porque a Petrobras decidiu rever os contratos de fornecimento com as distribuidoras.
Com essa mudança, nos cálculos da companhia, o botijão pode custar de R$ 0,20 a R$ 0,70 a mais para o consumidor.
A Petrobras diz que estava arcando com custos que não são dela. Segundo a companhia, algumas distribuidoras não pagavam pelo uso de dutos e tanques de armazenagem, por exemplo.
“Foi um ajuste pontual em relação ao preço cobrado pela logística do fornecimento desse gás. Então o que acontecia é que havia diferenças da seguinte maneira: há certas estruturas que umas distribuidoras usam e outras não usam, e o que a gente quer fazer é cobrar o preço justo pela estrutura usada“, diz o presidente da Petrobras, Pedro Parente.
O preço do gás é livre no país. Pesquisa da Agência Nacional do Petróleo mostra que o preço médio do botijão de 13 quilos varia muito no Brasil. Vai de R$ 50 em Pernambuco a R$ 77 em Mato Grosso.
Preço médio, porque os pesquisadores encontraram botijões a R$ 90 também em Mato Grosso, quase R$ 80 no Paraná e quase R$ 75 em São Paulo.
O Sindicato das Distribuidoras informou que desconhece qualquer efeito desses novos contratos nos custos e que é cedo para afirmar se vai ter impacto real para o consumidor.
Onde a dona Maria José compra, por enquanto, nada mudou.
Fonte: O Globo
Comentários